A velha mãe dele disse:
— Meu filho, eu não lhe embelezo
E não me confio mais
Nem no rosário que rezo,
Você veja aquele padre,
Não seja como João Leso.
Disse a velha: — Vou pedir-lhe
Para ele confessar-me,
No ato da confissão,
Eu hei de desenganar-me,
Outro João Leso daquele
Nunca mais há de pegar-me!
Ela no confessionário
Ao vigário confessou
Que tinha contos de réis,
De um estrangeiro roubou,
Tinha a bolsa junto dela
E ao vigário entregou.
— Filha do meu coração,
Exclamava o confessor,
Não sujarás minhas mãos,
Seja que quantia for,
Pois o ouro da traição
Pertence é ao traidor!
O vigário disse a ela:
— Vá entregai-o a seu dono,
Eu não pego em uma peça.
Inda achando em abandono,
Pois a justiça do céu
Chega sutil como o sono.
Disse a velha: — Eu me envergonho
E isso me perderá.
Quando o senhor padre for,
O dê de esmola por lá.
O vigário respondeu:
— Deus me defenda de “tá”!
Eu guardarei o segredo
E vou ordenar-lhe um meio,
Pegue a quantia roubada
E despache-a no correio,
Mande entregá-la a seu dono,
Não diga de onde veio.
Ora, o velho italiano
Conhecia pela pinta,
Ia deixar dois mil contos
Para sujar-se com tinta?
Terça -feira ele sonhava
O que ia haver na quinta.
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